sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quando a didática é posta em questionamento

Reformulando: quando a qualidade da didática é questionada. A metodologia engessada de despejo do conteúdo nas mentes de alunos que fingem aprender uma verdade absoluta é, definitivamente, algo que deveria ser extinto na docência. Há verdades que não mudam. Será? A ciência é posta em prova a todo instante, e novas formulações e embasamentos são descobertos e derrubados a todo o momento em que alguém se dispõe a ir mais longe ao conteúdo explorado.

Ok, não vou falar de métodos de ensino, pois não tenho aval algum para dar pitacos a respeito. Só contextualizo uma opinião que tenho vivenciado e que, de certo modo, associa a experiência do profissional com a maneira de ensinar. E isso resulta em diversos pontos positivos, que ultrapassam a compreensão delimitada pelas paredes da sala de aula. O bate papo, mesmo que sem ligação direta com o assunto discutido, por vezes resulta em uma consequência positiva. Estimula o pensamento e a própria definição das ideias acerca do que nos rodeia. É esse o ponto. Conseguir parar e, por um instante, pensar em possibilidades, em teorias - e viver daquele fragmento utópico de que os 110 minutos de suposições e hipóteses valem cada segundo esticado da sexta-feira. Ou de qualquer outro dia.

É difícil falar de todos àqueles que me ensinam algo. Todos conseguem ensinar para os que se dispõe a aprender. Outro ponto. Escutar e discutir. Apreender funções, histórias, experiências, vivência. Definir como conteúdo o que material algum poderia transpassar. Admiração. Não consigo definir a sensação abstrata de estar em contato com pessoas que direta ou indiretamente contribuem para a formação dos meus ideais, da minha postura. É difícil falar de todos de uma só vez, pois cada um tem uma característica singular que, somada ao todo, reconstroem as minhas crenças, apontam para novas alternativas. Sugerem outro olhar. Atiçam a observação e, principalmente, a atenção.

E cá permaneço, perdendo algumas horas de sono da minha sexta-feira, tentando escrever algo que nem eu sei bem o que quero dizer. Partindo do nada e querendo chegar a lugar nenhum, só para manter o complexo hábito de pensar. Nem sempre sentimentos são materializados em frases ou imagens. Definir em palavras não expressaria ao certo tudo o que cabe aqui dentro. Gratidão.

2 comentários:

  1. Falando em pitacos kkk
    Uma conversa num boteco, regada à cerveja e salgadinho tem tanto, se não maior valor que uma explanação em sala de aula.
    Aluno de graduação tem que tirar o molde de ensino médio e entender que aqueles caras que estão falando serão seus parceiros de profissão e vale muito mais o que eles são, do que o que eles passam.
    Grande texto Ana, como sempre ;)

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  2. Poxa Ana, faz tempasso que não venho aqui.
    Primeiro: Texto muito bom e me fez pensar se a sua inspiração não teria sido a aula de sexta feira quando quebramos a cabeça tentando pensar em como nossos antepassados começaram a comer carne assada ao invés de crua. XD
    Outro ponto: A gratidão é a mais, se não for uma das mais, nobres virtudes.
    Grata por ter lido um texto como esse.

    Adorei o papel de fundo do teu blog... super colcha de retalhos que a vovó faz pra presente de natal! hsuahsuahsua

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