terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Reviravolta


Ainda é totalmente dono da tua própria razão, a mesma que me arranca gotas salgadas da entrada para o meu mundo. Toda noite é igual, depois das mesmas conversas que me remetem ao que eu canso de omitir para mim mesma. Sei que toda glória e diversão ficam a par da nossa situação. O que nos tornamos? Escravos do próprio orgulho.

E eu me pergunto, antes de fechar os olhos – O que você quer de mim? – e a pergunta ecoa pelos pensamentos, até que outra noite de insônia se aproxima. Mas até pegar no sono, é a perturbação que me inquieta.

E as contradições racionais e emocionais entram em combate a cada frase completa. O ódio que eu deveria nutrir transfigura-se em algo mais forte do que eu possa suportar. Tentando pensar no mal que me faz, chegando à conclusão de que a dor é mínima. Concluindo, acima de tudo, que todo esforço contrai-se em um erro impagável, a um risco imprudente, que insisto em correr, que insisto em cometer.

Não adianta escachar aquilo que é legível em teu semblante – eu não desistiria, não agora. Sempre questiono quando o fim chegará, embora eu sempre adie a data por receio do que há de vir. Não é bom, o que minha previsão incide. Eu sempre soube, desde o início. Mesmo teimosa, mesmo insistente, de noite, de dia – já basta passar pelos transtornos tão irreais.

De olhos fechados mantenho minha postura inicial, finjo não ver, quando tudo está tão nítido. Finjo não sentir, quando nada mais cabe em meu peito. Finjo acreditar, que cada palavra tua será comprometida com a lealdade. Finjo ser quem eu gostaria de ser. E no fim só me resta o erro fatal de fingir que ainda há caminho a se percorrer.

3 comentários:

  1. Textos, histórias, sensacionais e inteligentíssimos!

    Igor/Flickr
    Abs.

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  2. ...traigo
    sangre
    de
    la
    tarde
    herida
    en
    la
    mano
    y
    una
    vela
    de
    mi
    corazón
    para
    invitarte
    y
    darte
    este
    alma
    que
    viene
    para
    compartir
    contigo
    tu
    bello
    blog
    con
    un
    ramillete
    de
    oro
    y
    claveles
    dentro...


    desde mis
    HORAS ROTAS
    Y AULA DE PAZ


    TE SIGO TU BLOG




    CON saludos de la luna al
    reflejarse en el mar de la
    poesía...


    AFECTUOSAMENTE:
    ANA


    ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE CABALLO, LA CONQUISTA DE AMERICA CRISOL Y EL DE CREPUSCULO.

    José
    ramón...

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  3. "De olhos fechados mantenho minha postura inicial, finjo não ver, quando tudo está tão nítido. Finjo não sentir, quando nada mais cabe em meu peito. Finjo acreditar, que cada palavra tua será comprometida com a lealdade. Finjo ser quem eu gostaria de ser. E no fim só me resta o erro fatal de fingir que ainda há caminho a se percorrer."

    Adorei Luiza!!! Queria ter o teu talento.

    abçs

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