Fugindo temeroso do vento frio cortando meu rosto, as luzes da cidade pareciam moldar o cenário mais depressivo que eu presenciara na altura de meus 27 anos.
Sujo e arremessado na desesperança inquietante, quem eu era? Um projeto de ator impossibilitado de atuar na principal peça de minha carreira: a vida. Jogada às traças, era mais simples interpretar o psicológico de alguém já pronto. Eu male má possuía um perfil que me descrevesse. Ouvi a vida intera, “Jonathan, menino, vá viver”. Não era bem assim, mas só eu compreendia. Órfão desde os catorze, oprimido e injustiçado. Eu só não era a vítima quando o personagem não exigia – ou existia.
Seria real a situação? Pela primeira vez em tanto tempo eu sai do quarto da pensão para tomar um ar. O bairro distante do centro, do agito, dava a incrível visão dos prédios ao longe, todos tristes. Azuis. Eu cantarolava a calmaria de uma Bossa Nova. Inaugurando uma vida nova.
Sem premeditar do lado escuro da rua, um grito arrepiou a noite. Ao chão, meus pés eram domados pelo liquido carmim. Um corpo, três tiros e um fugitivo. Em minhas mãos a prova do crime, pobre desfalecido. O que eu fizera? Uma lacuna em minha mente, e em vão eu tentava remodelar a sequência dos acontecimentos até meus ouvidos detectarem uma sirene ao fundo.
Mas tenha misericórdia, eu não consegui ver o semblante do culpado. Por isso levaria a culpa? Observei o corpo ao chão, já desbotado, coitado. Aparentava ser menor de idade. Motivo da morte? O de sempre, um viciado.
Os homens então chegaram, analisando a cena: um cadáver, um culpado e uma arma. Visão turva, tendenciosa e sem vida. As algemas tão frias quanto às luzes da cidade, quanto ao espírito vagando sem esperança alguma. Era minha condição de espírito.
Sujo e arremessado na desesperança inquietante, quem eu era? Um projeto de ator impossibilitado de atuar na principal peça de minha carreira: a vida. Jogada às traças, era mais simples interpretar o psicológico de alguém já pronto. Eu male má possuía um perfil que me descrevesse. Ouvi a vida intera, “Jonathan, menino, vá viver”. Não era bem assim, mas só eu compreendia. Órfão desde os catorze, oprimido e injustiçado. Eu só não era a vítima quando o personagem não exigia – ou existia.
Seria real a situação? Pela primeira vez em tanto tempo eu sai do quarto da pensão para tomar um ar. O bairro distante do centro, do agito, dava a incrível visão dos prédios ao longe, todos tristes. Azuis. Eu cantarolava a calmaria de uma Bossa Nova. Inaugurando uma vida nova.
Sem premeditar do lado escuro da rua, um grito arrepiou a noite. Ao chão, meus pés eram domados pelo liquido carmim. Um corpo, três tiros e um fugitivo. Em minhas mãos a prova do crime, pobre desfalecido. O que eu fizera? Uma lacuna em minha mente, e em vão eu tentava remodelar a sequência dos acontecimentos até meus ouvidos detectarem uma sirene ao fundo.
Mas tenha misericórdia, eu não consegui ver o semblante do culpado. Por isso levaria a culpa? Observei o corpo ao chão, já desbotado, coitado. Aparentava ser menor de idade. Motivo da morte? O de sempre, um viciado.
Os homens então chegaram, analisando a cena: um cadáver, um culpado e uma arma. Visão turva, tendenciosa e sem vida. As algemas tão frias quanto às luzes da cidade, quanto ao espírito vagando sem esperança alguma. Era minha condição de espírito.
CORTA!
Adoro seus textos. Meio Trevisan, né? Bom. Beijos! =)
ResponderExcluirBelo Blog e belos textos Ana!
ResponderExcluirContinue postando!
Diego
o que é teatro individual em sí ??????????
ResponderExcluirteatro INDIVIDUAL como se vc tivesse pensando alto (falando com vc msm)
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